O Dr. Venâncio explanando sobre os requisitos exigidos aos candidatos à AELA/MS.
Academia Evangélica de Letras e Artes de Mato Grosso do Sul......................... drvenanciojosiel@hotmail.com
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Cadeira 66 - Orpha, a sogra magnânima
A história de Orpha está ligada diretamente à boa parte da vida de sua sogra Noemi e de sua amiga Rute (também nora de Noemi). Rute foi uma antepassada de Davi e de Jesus Cristo (Mateus 1.5). Orpha e Rute eram moabitas. A primeira era casada com Malon, e a segunda com Quiliom, filhos de Noemi e Abimeleque. Porém, esses três homens vieram a morrer, ficando as três mulheres viúvas e sem filhos. Assim, Noemi resolveu voltar para a sua terra natal: Belém, de Judá. Em princípio, suas noras resolveram acompanhá-la. Em certo ponto da viagem, Noemi instou com as duas para que voltassem para a casa de seus pais e se cassassem novamente, em Moabe. Mas, as outras duas mulheres persistiram em responder a Noemi que não voltariam para Moabe (Rute 1.8-10).
Voltando a conversar com as outras duas mulheres, Noemi argumentou que, se elas permanecessem em sua companhia, poderia significar para elas duas uma vida de viuvez na terra de Judá, uma vez que ela (Noemi) tinha poucas probabilidades de casar-se de novo e também de ter outros filhos. Dessa forma, ela jamais poderia garantir às suas noras o Casamento Levirato. Ela estava certa de que, mesmo se ela viesse a casar-se novamente, e a ter filhos, suas noras Rute e Orpha não desejariam esperar até que tais filhos crescessem e pudessem realizar o Casamento Levirato com elas. Após essa conversa, Orpha resolveu deixar a companhia das duas e voltar para a sua terra. Depois de muito choro, Orpha despediu-se de Noemi e de Rute, e voltou para Moabe (Rute 1.3-15). Em Moabe Orpha veio a casar-se novamente, teve vários filhos e foi uma sogra magnânima.
A terra de Moabe também era conhecida como “Campos de Moabe”. Nela residiam os descendentes do filho de Ló (Moabe) com sua filha mais velha, depois que o patriarca Ló deixou a terra de Zoar e passou a residir numa caverna, com suas duas filhas. A filha caçula de Ló também gerou um filho dele, a quem deu o nome de Amom. Assim, Moabe e Amom eram filhos incestuosos, de Ló com suas filhas.
O território de Moabe estendia-se do vale da torrente do Zerede, ao sul, até o vale da torrento do Árnon, ao norte. Limitava-se a leste com o deserto arábico e a oeste com o Mar Morto. Era uma terra fértil, propícia para criação de rebanhos, cultivo de cereais e plantações de vinhedos e pomares. Tinha um diâmetro de 50 km de extensão. Era habitado pelos moabitas (descendentes de Moabe). Pelo fato de serem descendentes de Ló (o sobrinho de Abraão), os moabitas eram parentes dos isrelitas (descendente de Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão).
No entanto, com o tempo, os moabitas tornaram-se inimigos de Israel. Ocorreram muitas batalhas entre as duas nações. E, assim como a maioria das nações que foram inimigas de Israel, Moabe acabou deixando de existir (Jeremias 48.42). As ruínas do que foi Moabe são pequenos vilarejos conhecidos como: Nebo, Hésbon, Aroer, Bete-gamul, e Baal-Moen. Estes vilarejos em nada representam aquela terra majestosa dos tempos bíblicos.
A história de Moabe (o filho de Ló com uma de suas filhas) teve origem quando Ló partiu de Zoar e começou a morar numa caverna na região montanhosa. Os ex-futuros genros de Ló haviam morrido em Sodoma, de modo que suas filhas continuavam solteiras e virgens. Estão elas fizeram com que seu pai (sem que ele tivesse a noção exata do que estava fazendo) mantivesse relações sexuais com elas, enquanto estava sob o efeito do vinho, com o qual elas o haviam embebedado. Elas fizeram isso para preservar a descendência de seu pai. Como resultado disso, cada uma delas teve um filho. A filha mais velha de Ló deu o nome de Moabe ao seu filho. E, a filha mais nova deu ao seu filho o nome de Amom Benamí. Foram eles os ancestrais dos moabitas e dos amonitas, respectivamente (Gênesis 19.30-38; Deuteronômio 2.9,19).
Posteriormente, Jesus Cristo referendou a veracidade da história de Ló. Ele mostrou que “nos dias do Filho do Homem”, ou durante a Sua presença na face da terra, haveria circunstâncias semelhantes aos dos dias de Ló, quando as pessoas despreocupadamente comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e construíam, até que choveu do céu fogo e enxofre, destruindo a todas elas. Cristo mostrou que nesse tempo futuro, as pessoas não deviam retornar às coisas deixadas para trás. E, ELE deu um notável exemplo para mostrar as funestas conseqüências de se fazer isso, ao dizer: “__Lembrai-vos da mulher de Ló!” (Lucas 17.26-32).
Dr. Venâncio Josiel dos Santos – Presidente da AELA/MS
sábado, 20 de agosto de 2011
Cadeira 68 – Rute, a nora fiel
O Dr. Venâncio ministrando sobre a vida de “Rute, a nora fiel”.
Cadeira 68 – Rute, a nora fiel
Rute era uma moabita que se casou com o judeu Malom, depois da morte do pai dele (Elimeleque). Nessa época, Malom morava em Moabe, com a sua mãe Noemi, e com o seu irmão Quiliom. Elimeleque, sua esposa Noemi e seus filhos Malom e Quiliom eram judeus. Uma fome fez a família partir de sua cidade natal, Belém de Judá, indo morar em Moabe. O cunhado de Rute (Quiliom) também se casou com uma moabiota chamada Orpha. Com o tempo, os dois irmãos morreram, deixando Rute e Orpha viúvas, sem filhos. Ao tomar conhecimento da fartura que reinava entre os judeus, Noemi resolveu voltar para Israel, acompanhada de suas duas noras, se elas assim o desejassem (Rute 1.1-7; 4.9,10).
No entanto, Orpha optou em voltar para a casa de seus pais, que eram moabitas. Noemi concordou plenamente, e a incentivou a partir logo. Mas, Rute resolveu acompanhar a sogra. Noemi era uma judia temente a Deus e seu desejo de voltar para Israel era para servir ao Senhor Deus no meio de seu povo. Com o tempo, Rute se apegara muito à sua sogra, e lhe demonstrava um amor de verdadeira filha (Rute 1.8-17; 2.11; 4.15).
Chegando a Belém, no início da colheita da cevada, Rute foi para o campo, à procura de alimento para ela e sua sogra. Casualmente, ela foi parar no campo de Boaz (irmão do finado Elimeleque), e pediu ao supervisor dos ceifeiros que lhe concedesse permissão para respigar. Sua habilidade em respigar demonstrou ser notável, e o supervisor acabou por comentar sobre a habilidade de Rute com seu patrão, Boaz (Rute 1.122-2.7).
RESPIGA era um processo de ajuntar restos da safra que os ceifeiros deixavam no campo, de modo intencional ou não. Também era chamada de “REBUSCA”. Quando Boaz lhe demonstrou o seu apreço e lhe ofereceu serviço no campo, Rute reagiu com gratidão e declarou, humildemente, ser inferior a qualquer das servas dele. Na hora da refeição, ele lhe deu grãos torrados com tanta fartura, que ela teve sobras para levar para Noemi (Rute 2.8-18). Embora Boaz tivesse providenciado facilitar-lhe a respiga, Rute não parou de trabalhar cedo, mas continuou a respigar até o anoitecer. Como Boaz lhe havia permitido respigar em seu campo, ela fez isso durante toda a colheita da cevada, e também de toda a colheita de trigo (Rute 2.15-23).
Boaz era um verdadeiro judeu que adorava fielmente ao Senhor Deus. Ele costumava saudar seus empregados com a expressão: “O Senhor seja convosco!”. Após observar a lealdade de Rute para com a sua sogra Noemi, ele disse para ela: “O Senhor Deus recompense o teu modo de agir! E haja para ti um salário perfeito da parte DELE!” (Rute 2.4-12). Quando Rute relatou essas coisas à sua sogra, Noemi exclamou: “Seja ele bendito por Deus. Ele também é um resgatador” (Rute 2.20).
Além disso, quando a colheita terminou, Noemi explicou a Rute o modo costumeiro de trazer esse assunto à atenção de Boaz. Quando Boaz dormia em sua eira (lugar onde se guardam as posses), acordou encontrando Rute deitada junto a seus pés descobertos. Ela pediu que ele resgatasse a propriedade de Elimeleque pelo casamento levirato (casamento de cunhados). Rute substituiria Noemi, a qual estava além da idade de ter filhos. Sem perder tempo, Boaz, na manhã seguinte, chamou um dos seus irmãos (o que morava mais próximo) para que desposasse Rute. Porém, esse irmão não aceitou a proposta. Assim sendo, Boaz tomou Rute por esposa, o que foi aceito pelo povo de Belém da Judéia. Então, Boaz e Rute tiveram um filho que se chamou Obede, que foi o avô do rei Davi (Rute 3.1-4.17).
O que nos chama a atenção na história de Rute e de seu esposo Boaz é o “Casamento de Cunhados”, também denominado de “Casamento Levirato”. Esse casamento nada mais era do um costume hebraico pelo qual um homem se casava com a viúva sem filhos (varões) de seu irmão falecido, a fim de produzir descendência para continuar a linhagem de seu irmão (Gênesis 38.8; Deuteronômio 25.5-7). A lei a respeito do “Casamento de Cunhados”, em Deuteronômio 25.5,6 diz: ”Caso irmãos morem perto e um deles morra sem ter filhos, a esposa do morto não deve vir a pertencer a um homem estranho ou alheio. Seu cunhado deve chegar-se a ela e tem de tomá-la por esposa, tendo de realizar com ela o Casamento de Cunhados. E, o primogênito que ela der à luz deve suceder ao nome de seu falecido irmão, para que seu nome não seja extinto de Israel”.
Isso, sem dúvida, se aplicava, quer o irmão sobrevivente fosse casado ou não. Sob essa lei, caso um cunhado não quisesse cumprir seu dever, a viúva deveria levar o assunto aos anciãos da cidade e informá-los sobre esse fato. Ele deveria comparecer perante eles e declarar que não desejava casar-se com ela. Daí, a viúva retiraria a sandália do pé (dele) e lhe cuspiria no rosto. Depois disso, o nome daquele homem tinha de ser chamado em Israel, acompanhado do termo hebraico que significava: “a casa daquele a quem se tirou à sandália”. Essa era uma expressão de vitupério para com a sua casa (Deuteronômio 25.7-10). Quanto a Obede, filho de Boaz com Rute, tornou-se um antepassado de Jesus Cristo. Ele foi pai de Jessé, que por sua vez foi pai do rei Davi. Em hebraico, o nome OBEDE significa “Servo”. Em aramaico significa “Servidor”.
Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS
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